Já falamos sobre como os términos são doloridos e que leva algum tempo para que a dor passe e a ferida cicatrize. Nos sentimos péssimos e é praticamente impossível imaginar um novo começo. São fases e precisamos passar por elas.
Conforme aquela nuvenzinha preta vai se afastando conseguimos imaginar um futuro, um recomeço e quem sabe um novo amor.
Uma vez ouvi de uma pessoa que só amamos uma vez, achei interessante seu ponto de vista, um pouco piegas para os dias atuais. O nível de intensidade que vivenciamos o primeiro amor é indiscutível, principalmente porque criamos expectativas em algo nunca experimentado. Normalmente ele surge na adolescência onde não existe medo e acredita-se na imortalidade.
Costumo dizer no consultório que o amor tem a capacidade de ser reciclado quantas vezes forem necessárias. Mesmo com uma pessoa nova, com hábitos diferentes, a essência do amor estará ali e isso não muda, por isso que comparações na fase inicial de um relacionamento não são saudáveis.
É bastante comum ouvir das pessoas o quanto elas ficaram “endurecidas” pelas decepções amorosas e o quanto isso dificulta o início de um novo relacionamento.
Meu papel enquanto psicóloga não é “florear” uma situação, mas mostrar os fatos, e neste caso infelizmente não temos como prever o futuro e muito menos se iremos sofrer novamente.
É evidente que podemos reduzir os riscos de que isso aconteça principalmente se diminuirmos nossa ansiedade de iniciar um novo relacionamento sem olhar para o outro, isto é, projetamos nossas expectativas e sonhos e nem questionamos se a outra pessoa quer o mesmo. Quantas vezes ouvimos (e pensamos) a frase “depois eu mudo o jeito dele” ou “ele não quer casar porque ainda não se apaixonou por mim”. Às vezes queremos tanto “tampar um buraco” que nem nos damos conta de como estamos fazendo isso.
Recomeços devem acontecer não para aliviar uma dor pré-existente, mas para dar continuidade a vida e aos sonhos em conjunto.
Então, se não temos garantias de nada, porque tentar novamente?
Primeiro precisamos relembrar que ninguém precisa de ninguém para ser feliz e a opção de ter um relacionamento deve ser baseada nos sonhos e objetivos de cada um, como, por exemplo, construir uma família ou como dizia minha avó “precisamos ter alguém para andar de mãos dadas”.
O mais importante é que nenhum sonho deve ser colocado dentro da gaveta e esquecido por mais difícil ou dolorido que pareça. Não podemos esquecer de que somos capazes de recomeçar quantas vezes forem necessárias e isso não tem preço.
Seja feliz.
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