O fantasma da traição assombra todo mundo. A partir do momento em que se criam laços e “contratos” afetivos entre duas pessoas, há o risco da traição, e essa é referente apenas ao que o casal deixou acordado entre eles, não existe manual, mas sim o que cada um “prometeu” ao outro ou as expectativas que foram criadas.
Não existe um tipo único de traição, mesmo que você considere todos terríveis. Há os casos emotivos, em que o outro mantém um sentimento de ligação com o amante. Mas a maior parte das traições acaba sendo aquelas chamadas instantâneas, inconsequentes, sem nada planejado e que não tem continuidade.
Balancear essas diferenças é muito importante para uma relação e para o seu próprio bem-estar emocional. Cada pessoa dá um peso diferente à questão. Uns são capazes de perdoar um pequeno deslize, e outros que acabam aceitando demais, atentando contra seu respeito próprio.
Apesar de quase todo mundo repudiar traições, uma pesquisa realizada pela internet indica que mais da metade das pessoas admitiram já ter traído e/ou já ter sido traído. Isso demonstra que o assunto é pertinente em nossas vidas.
O mito de que homem tende a trair mais também começa a cair, quando os números apontam quase um empate nos dias de hoje. Outra pesquisa norte-americana, realizada no ano passado, revelou que as mulheres percebem quando seu parceiro tem tendências à traição. Também foi apurado que para o homem, ser traído com outra mulher aumenta as chances de perdão e que pessoas bem sucedidas tem mais propensão a trair.
Por que as pessoas traem?
Mulheres e homens tradicionalmente tem comportamento diferente relacionado à sexualidade e à fidelidade. Historicamente, os homens tem mais liberdade sexual e não raramente usam a desculpa de um fator biológico que os impele, enquanto traições por parte das mulheres ainda são extremamente mal vistas pela sociedade.
Existem alguns fatores que podem influenciar na traição, mas certamente, todas essas causas se originam em uma principal: se você ou seu parceiro traem, certamente alguma coisa está fora do lugar no relacionamento. Se a traição existe e uma das partes se incomoda com isso então há um desequilíbrio. E problemas na relação nunca devem ser considerados causados apenas pelo outro, mas sim como um obstáculo a ser resolvido pelo casal.
A psicóloga especializada em relacionamentos, Pamela Magalhães, explica que a fidelidade deve ser uma opção do indivíduo para a sua vida, e não necessariamente uma condição: “Para que alguém possa ser fiel com seu parceiro, antes de mais nada, deve ser fiel a si mesmo, às suas escolhas, decisões, posturas, compromissos e determinações. Quando estamos alinhados com nossos próprios princípios e fiéis às nossas propostas de vida, passamos a construir laços afetivos e estruturas profissionais mais engajadas, duradouras e promissoras”.
Entre as causas que levam a traição estão:
- Falta de sexo em casa.
- Relacionamento rotineiro e monótono.
- Excesso de brigas entre o casal.
- Necessidade de afirmação pessoal, vaidade ou insegurança.
- Vingança, no caso de ter sido traído antes ou acreditar que foi traído.
- Distância excessiva, viagens e solidão podem dar aberturas para a criação de um laço com outra pessoa.
A traição pode ser prevenida?
Se observarmos as causas mais comuns da ocorrência da traição, sem esquecer que elas sempre serão frutos de alguma disfunção no relacionamento, tudo o que podemos fazer é prevenir. Mas tanta prevenção não é infalível quando estamos lidando com as atitudes e os sentimentos de outra pessoa, externa a nós.
Tentar, da melhor maneira, reduzir as brigas, cobranças e reclamações de ambas as partes já vai melhorar o clima do relacionamento, diminuindo assim um possível interesse em outras pessoas. Evitar uma rotina monótona, abstinência sexual ou esforçar-se para agradar seu parceiro e fazê-lo se sentir amado e seguro, pode ajudar a afastar um pouco o fantasma da traição.
Pamela completa que “infelizmente não podemos de fato garantir que não trairemos algum dia. Afinal, somos movidos e inebriados por desejo. O que se deve sempre fazer é cultivar a cumplicidade e o diálogo com nosso parceiro. Dessa forma, os contratos relacionais estabelecidos com clareza e respeitando a lealdade da relação, dificilmente desencadearão situações traumáticas, marcadas por dolorosas traições”.
Como lidar com a descoberta de uma traição?
Para começar, tente manter a calma e analisar a situação. Preocupar-se apenas com quem seria o culpado não vai levar à resolução alguma. A psicóloga Pamela Magalhães sugere que tentemos ponderar a situação. Possivelmente a relação a dois apresentou vulnerabilidades para que houvesse espaço para a traição.
“Que tal parar para pesar de fato a qualidade da relação? Qualquer relacionamento amoroso pode passar por altos e baixos, e nos períodos de baixa uma traição pode acontecer. Isso não quer necessariamente dizer que seu parceiro tenha má índole ou mesmo que não a ame. Pode ter sido simplesmente um escape relacional necessário para aquele momento. Mas, só saberemos disso, se conversarmos com nosso parceiro e entendermos juntos as razões e o peso desse envolvimento”.
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