Talvez você já tenha ouvido falar do sexo tântrico, mas não conheça profundamente seu significado e nem imagine o quanto ele pode ser interessante para a sua relação!
A principal dúvida que surge em torno do assunto é: todos podem praticar o sexo tântrico? Como começar e por que investir nessa “viagem”?
Luara Tanuri, terapeuta tântrica e autora do blog Viva Tantra, explica que sexo tântrico é a relação sexual entre seres que possuem alguma consciência de sua existência como algo além do corpo. “Com o foco no polo indivíduo (da cintura para cima), é o sexo que é feito de corpo e alma literalmente. Todos podem praticar, desde que tenham corpo e alma”, diz.
De acordo com a terapeuta, investir nessa “viagem” vale a pena para quem não se contenta com o que nos foi vendido como sendo sexualidade humana. Para quem quer mais da relação íntima com o semelhante. “Ou ainda, para quem acredita que, através do contato sexual, é possível viver um êxtase que está além do simples prazer”, acrescenta.
Entendendo o que é e como é feito o sexo tântrico (passo-a-passo), é possível extrair dicas preciosas, que podem aperfeiçoar a relação entre você e seu parceiro! Confira:
1. Consciência da divindade oculta no parceiro
“No sexo tântrico, o objetivo é uma experiência espiritual através da união íntima com o semelhante. Para que isso aconteça, o ingrediente principal é a reverência à divindade oculta no homem (Shiva) e na mulher (Shakti) – símbolos tântricos”, explica Luara Taruni.
Neste sentido, você percebe que, além de um ser humano que você conhece, existe diante de você e disposto a se unir a você um representante da divindade do princípio universal masculino.
2. Sensualidade, erotismo
Após a consciência da divindade oculta no parceiro e as preliminares – que, no sexo tântrico, não se referem às carícias e ao repertório básico para que o casal fique suficientemente excitado para a penetração, mas, sim, à preparação para a prática sexual, feita individualmente – é possível começar. Com sensualidade e erotismo, conforme explica a terapeuta Luara.
“O olhar cheio de intenção, a sedução, o gesto, a promessa não verbalizada. Depois, a aproximação lenta, lenta e lenta. O casal pode tomar um banho junto, desde que seja bem demorado, com muita espuma, toque macio e carinhoso, sem pressa ou malícia. Tudo é uma brincadeira, deve ser divertido, portanto, risadas são sempre bem-vindas, assim como palavras doces e amorosas”, diz.
No sexo tântrico, a primeira e principal troca é da cintura para cima. “Olho no olho, troca de alento, troca de saliva, peito colado, respiração sincronizada. Até que aconteça a penetração é uma novela, mas depois que acontece o ideal é que as genitais permaneçam unidas por um longo tempo”, diz Luara.
3. O contato
Depois de muitas carícias no corpo (todo!), o casal começa um jogo para a penetração. “Primeiro, só a glande (a parte sensível, situada na extremidade do pênis) entra na vagina e fica alguns segundos ali, sem movimentos. Depois, retira-se o pênis para apoiá-lo no prepúcio do clitóris. A ação vai se repetindo e a penetração é um pouco mais profunda a cada oportunidade. Sempre lentamente na entrada e na saída, para depois apoiar no corpo do clitóris e lá permanecer por algum tempo”, explica Luara.
“Mesmo com o contato genital, o foco continua no polo indivíduo o tempo todo, respiração, olhar, alento, saliva e coração”, acrescenta a terapeuta tântrica.
4. A penetração
Depois de um tempo no “jogo” citado acima, o casal atinge uma penetração profunda. “Nesse momento, os corpos devem estar relaxados e sem movimento algum. É permitida uma linguagem secreta entre o casal, ou seja, contrações do perínio que fazem o pênis se mover para cima e para baixo e contrações da musculatura vaginal que apertam e sugam o pênis. Mas por um tempo, o ideal é que não existam movimentos pélvicos. Além da linguagem secreta, qualquer movimento deve ser involuntário apenas”, explica a terapeuta Luara.
5. Movimentação
Quando o casal sente que existe um relaxamento e tranquilidade, a Shakti inicia um movimento com os quadris, que deve ser desposado pelo Shiva. “Quem dá o tom e o ritmo é sempre a Shakti (princípio feminino). Os movimentos pélvicos são circulares e sem perder o contato, a penetração é profunda, os corpos não se descolam, as púbis permanecem unidas. Deve-se evitar amplitude de movimentos para penetração, na maior parte do tempo a movimentação é circular e não de vai e vem”, explica Luara.
Nunca é demais lembrar: olhar, beijo, respiração sincronizada, sorriso, cumplicidade continuam sendo o principal.
6. Variação de posturas
Depois que a união está estabelecida, já é possível optar pela variação de posturas, mas o ideal é que o casal tenha contato visual. “Mesmo quando o Shiva está no comando dos movimentos, deve estar sempre atento para os sinais da Shakti e nunca impor seu ritmo. A magia e a sensualidade são femininas, se um dos parceiros se deixa levar pelo impulso agressivo do princípio masculino, a experiência deixa de ser amorosa, deixa de ser tântrica. Sexo tântrico só é possível a partir do princípio feminino”, explica a terapeuta Luara.
7. Pausas
Um fator importantíssimo dentro da prática sexual tântrica são as pausas. Permanecendo na união, o casal cessa a movimentação e descansa. “Ainda com os corpos colados e genitais unidas, percebendo a respiração e se acalmando para recomeçar os movimentos depois de alguns minutos”, explica a terapeuta. “O orgasmo não é um objetivo, mas a observação de si mesmo na experiência orgástica, sensual, erótica e amorosa. Todas as sensações são experimentadas a partir da consciência. O objetivo é a união máxima com o outro e, assim, a união com o todo”, acrescenta Luara.
8. A duração da relação
No sexo tântrico, o ideal é que não aconteça a ejaculação. Mas isso não é uma regra, desde que a relação dure pelo menos duas horas. “O sexo tântrico pode durar muitas horas, até um dia inteiro”, diz a terapeuta.
Ela acrescenta ainda que a energia do amor é tão poderosa que, mesmo depois de alguns dias, os praticantes permanecem “brilhando”. “Ficam cheios de energia criativa, bem humorados, a pele fica mais bonita. É o êxtase que permanece reverberando por alguns dias depois da experiência”, acrescenta Luara.
Então, fica a opção para os casais que encaram (ou pretendem encarar a partir de agora) a sexualidade como algo realmente importante e sagrado. O sexo tântrico pode acrescentar muito à relação!
Fonte: Dicas de mulher