quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A ereção muda com a idade? Especialistas respondem



  • Médico diz que ereção de qualidade é possível mesmo após os 80 anos (e sem remédios)
Há algum tempo, perder a capacidade de ereção e, com isso, diminuir o ritmo e o nível de satisfação com a vida sexual era tido como inevitável para a maioria dos homens à medida em que iam envelhecendo. Com o desenvolvimento dos medicamentos que favorecem a ereção essa realidade mudou.
No entanto, nem todos os homens vão precisar recorrer a esse tipo de remédio, mesmo com o avanço da idade. "Indivíduos com boa saúde poderão manter uma vida sexual ativa e de qualidade, mesmo após os oitenta anos", afirma o médico João Afif Abdo, mestre em urologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Cultivar bons hábitos durante toda a vida é, portanto, fundamental. "A ereção ocorre a partir de um estímulo, que provoca uma resposta neurovascular. Os corpos cavernosos do pênis se dilatam, permitindo o fluxo de grande quantidade de sangue no local. É isso o que garante a rigidez peniana", explica o urologista Eduardo Gröhs, da Sociedade Brasileira de Urologia.
Não por acaso, as doenças que afetam a circulação são as que geralmente provocam a dificuldade de se ter e manter a ereção durante o tempo necessário para que o casal obtenha a satisfação sexual. "O problema é muito comum entre os idosos diabéticos e hipertensos, por exemplo", explica o médico Rodrigo W. Andrade, urologista pela Santa Casa de São Paulo.
Quando persiste, o mal também pode estar relacionado a alterações no colesterol, problemas neurológicos, alterações hormonais, entre outras doenças crônicas. E, na presença dessas complicações, conseguir uma única ereção torna-se mais difícil.
"Também será necessário um esforço maior para conseguir ereções consecutivas. Se um indivíduo jovem precisa de 20 minutos de recuperação, em média, entre uma ereção e outra, no caso de um homem mais velho essa pausa poderá ser de um dia ou até mesmo de uma semana", diz Abdo.
A rigidez do pênis do homem maduro também pode ser diferente da observada no início da juventude. Porém, isso não é uma regra. "Em uma pessoa que está envelhecendo de forma absolutamente saudável, as chances de conseguir ter e manter uma boa ereção são praticamente iguais em qualquer idade", afirma Gröhs.
Assim, os cuidados que ajudam a prevenir as doenças crônicas citadas também colaboram para a manutenção de uma vida sexual satisfatória. Ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, evitar o sobrepeso, cessar o tabagismo e não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas estão entre as medidas mais importantes.

Bem-estar emocional e envolvimento do casal também contam

Além das causas chamadas de fisiológicas, e que têm a ver com a saúde física, os desequilíbrios emocionais respondem por boa parte dos problemas de ereção. "Em geral, indivíduos mais jovens apresentam problemas de disfunção erétil relacionados a questões psíquicas. E, nessa fase da vida, a insegurança e a falta de experiência são, sem dúvida, as maiores vilãs", explica Andrade.
Segundo o médico Amaury Mendes Júnior, professor do serviço de sexologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a preocupação em agradar a parceira pode provocar efeito contrário, impedindo o homem de obter uma boa performance. "Hoje em dia, a mulher também faz questão de sentir prazer no sexo e isso, de certa forma, aumenta a responsabilidade que o homem impõe sobre si mesmo", diz o sexólogo.

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