sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sexting: seja sexy pelo celular com segurança


Principalmente de segunda a sexta-feira, nem sempre sobra tempo, nas poucas horas entre chegar do trabalho e dormir, para criar um clima sexy em casa antes de transar. Um bom jeito de contornar esse probleminha é lançar mão da tecnologia e atiçar o desejo do/a parceiro/a ao longo do dia, com sexting (mensagens, fotos e vídeos picantes enviados pelo celular).
“Mensagens desse tipo fazem parte das preliminares, apimentam e quebram um pouco a rotina do relacionamento, dão uma aquecida para mais tarde”, diz a sensual coach Lana Mesquita. “É muito estimulante receber uma mensagem insinuante, sensual, ou até mesmo um simples ‘Boa tarde, meu gostoso’. A pessoa fica na mente do outro o dia todo, a imaginação vai longe”, continua.
O sexting também pode ser um meio bacana de esquentar o clima entre duas pessoas que estão se conhecendo. “Torna-se um jogo bem interessante, a diversão dura mais tempo e é saboreada com muito mais intensidade. Ir direto ao ponto muito rápido pode queimar aquela etapa gostosa da tensão sexual positiva, que cria uma escala progressiva de expectativas”, afirma a coach pessoal e profissional Mariana Viktor, especializada em coaching de relacionamento e em técnicas de liberdade emocional.
Respeito pelos próprios limites
Mas, claro, só faça isso se tiver a ver com a sua personalidade. Usar o sexting apenas para “seguir a moda” pode ser uma autoagressão e minar as chances de um relacionamento ir adiante.
“Se a pessoa é tímida, ainda não se soltou no contato ao vivo e de repente queima suas etapas internas e se força a enviar uma foto explícita, o parceiro pode ficar surpreso no mau sentido. É bem possível que se instale um clima de ‘pé atrás’, porque foram passadas duas mensagens contraditórias e ele fica sem saber quem é a pessoa por quem se interessou”, alerta Mariana.
Receptividade
Se internamente estiver tudo resolvido, pense por um segundo no outro antes de sair disparando SMSs e MMSs provocativos. É preciso saber se há intimidade suficiente para invadir a caixa de entrada alheia com conteúdo sexy e se, mesmo com intimidade, a outra pessoa acha isso legal ou constrangedor.
Naturalidade é essencial, porque, como lembra Mariana, “não existe fórmula para a realização sexual”. A coach de relacionamento complementa: “É um caminho individual, e as duas individualidades precisam combinar naturalmente. Não existe sintonia artificial. Ou rola ou não rola. E isso a gente descobre logo nos primeiros contatos”.
Em caso de a outra pessoa dar sinal verde, é bom começar com mensagens mais leves e, no desenrolar da conversa, ousar ou não no teor e no linguajar. “Tudo deve ser dosado no rumo que a conversa toma, na liberdade que o outro dá”, aconselha Lana, que também dá uma dica em relação às imagens: “Para provocar sem ser explícito, pode mandar fotos insinuantes do umbigo, do decote, de uma parte do corpo. A curiosidade faz o desejo aumentar”.
O ideal é o casal conseguir construir o crescente do desejo em conjunto. “O sexting é algo que visa dar prazer aos dois, não é a mera expressão unilateral das fantasias de um dos parceiros. É a ‘nossa’ maneira de usar, não a ‘minha’. Isso não precisa ser combinado, mas sentido, percebido. É um exercício maravilhoso de cumplicidade”, explica Mariana.
Privacidade
É tudo muito excitante, mas não se deve deixar a segurança de lado, para que não haja umaexposição indesejada da privacidade de um ou dos dois. Não são poucos os casos de vazamento de imagens de anônimos e famosos (Carolina Dieckmann no Brasil, Jennifer Lawrence, Ariana Grande e Rihanna, entre muitas outras, no exterior), e ninguém quer entrar nessa conta, não é mesmo?
De acordo com Gilberto Sudre, professor e pesquisador em segurança da informação, “quando se fala em tecnologia da informação e segurança não existe 100% seguro. O que podemos fazer é tomar alguns cuidados para minimizar os riscos”.
Entre esses cuidados, o primeiro é não armazenar mensagens, fotos e vídeos comprometedores em nuvem. “Essas nuvens são controladas por softwares que podem ter bugs e deixar osconteúdos vulneráveis”, justifica.
Usar rede wi-fi pública também pode expor as pessoas envolvidas, ele afirma: “Qualquer um que estiver na mesma rede pode burlar a segurança, capturar o tráfego de dados e observar o que os outros estão fazendo, pegando para si o que lhe interessar. Alguém também pode criar uma rede wi-fi pública falsa para atrair usuários e fazer tudo isso”.
Assim, a melhor alternativa é manter tudo no próprio celular e só usar redes particulares, sejam elas wi-fi ou convencionais. Como o aparelho pode ser perdido ou roubado, o conselho do especialista é que sejam mantidas ativadas nele a senha para acesso inicial e a criptografia de dados.
“A senha segura atualmente precisa ter oito posições, com letras e números, e pelo menos uma letra maiúscula. E deve ser trocada periodicamente”, orienta Gilberto. Quanto à criptografia, há duas alternativas: ativá-la no aparelho, quando ele tiver essa opção (Android, a partir do 4.0, e iOS têm) ou baixar um aplicativo de criptografia nos casos de sistemas mais antigos. Para Android, ele recomenda o Cyphr e o Encriptar Archivos Cifrar AES; para iPhone, o SafeBoxPro e o ChatSecure.
* Raquel Paulino, especial para o iG

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